Conversas de varanda
Estava abrindo a portinhola de minha varanda com uma bandeja de chá, duas xícaras e algumas bolachas caseiras na mão. A tarde era fria e densa, não muito bonita. Oras, qual é o padrão de uma tarde bonita? Acho que seria justo denominar que todas as tardes são belas. Era uma tarde então, fria, densa e bela. Meus ombros franzinos encobriam-se por uma manta gaúcha antiga, xadrez e com cheiro de essência de jasmim. Eu costumo utilizar esses cheirinhos- de-armário , são excelentes para afastar o odor de roupa velha guardada. Sentei-me na cadeira de varanda e pousei a bandeja na mesinha do conjunto. Servi-me de deliciosa água-quente com leve adocicado . Não esperava ninguém, mas esperava. Paradoxo não? Isso é o sexto sentido feminino. Eu sabia que me procurariam naquela tarde. Aproximando-se a passos cautelosos e molhados avistei em meio à neblina um enorme casaco de caxemira vindo em...